quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Zé da estação


Antes mesmo do galo cantar e do dia raiar, lá está ele, o Zé tem de tudo, se dirigindo para a Estação Pirajá, local onde esse sobrevivente do mundo capitalista, tenta ganhar a vida. Chega cedo para arrumar sua barraquinha e vender suas mercadorias. Quer cigarro? O Zé tem! Quer um cafezinho? O Zé tem! Quer doce? O Zé tem! Quer prosear? O Zé também proseia!
Chegam os primeiros ônibus com seus faróis ainda acesos como se estivessem saudando o Zé tem de tudo, num ritual mecânico e constante. Ele vê a cena uma, duas, três, quatro... e já se perde no número de vezes que isso ocorre, até se tocar que a Estação Pirajá foi invadida por um verdadeiro formigueiro humano, totalmente descontrolado e desconexo.
Vários sons se cruzam ao mesmo tempo, crianças berrando, vendedores ambulantes anunciando suas mercadorias, passageiros gritando por um lugar na fila e dentro do coletivo, e o barulho dos coletivos entrando e saindo da estação. Essa sinfonia desvairada é música para os ouvidos do Zé que vai regendo seu trabalho no embalo do vai e vem alucinante da estação.


Reinaldo Souza
02/07/09

Um comentário:

  1. q troço legallll...rsrs o zé tem....vc fez um zoom do tipo 4X maoir em zé...mto bom!

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