domingo, 15 de abril de 2012

QUEM MORRE?



Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ
Martha Medeiros
http://pensador.uol.com.br/autor/martha_medeiros/2/

sábado, 14 de abril de 2012

Eu escrevo mal e não sei falar empoeirado.

Eu escrevo mal e não sei falar empoeirado. Taí, a minha confissão, talvez a frase que estará na minha lápide quando eu passar dessa vida para a outra do além. Mas, isso vai demorar de acontecer, assim espero! Não decorei nenhuma palavra de dicionário que os professores de universidades e afins usam, e a gente corre logo para o dicionário Huaiss pra saber o significado. Nem caia na besteira de levar seu Ruth Rocha (o dicionário), assim como eu fiz, pois vai passar vexame de ouvi do professor que seu material é de baixíssima qualidade, em outras palavras, é peba! Quando se entra em uma universidade como a UFBA, além de ter cuidado para não virar militante extremista de algum partido político, religioso, sexual ou membro de alguma irmandade ultra-secreta que planeja dominar o mundo com a ajuda dos extraterrestres, deve refleti sobre os conceitos e ideologias embutidos na instituição. Na verdade isso nem me chama atenção, o que eu notei nessa universidade é que os conhecimentos que nós adquirimos, desde o momento de juntar CA+SA pra formar CASA até o 2º grau, já não servem mais pra nada! Não levam em consideração nada do que você aprendeu e ainda fazem uma “lavagem cerebral” aplicando altas doses de teorias de Fulano, Beltrano e Sicrano que na maioria das vezes você nunca ouviu falar. Parece que as teorias são uma espécie de lacto purga, que lhe empurram goela abaixo para limpar sua mente de todo o ranço do ensino médio. É claro que se persistirem os sintomas o médico deve ser consultado, mas somente pra quem quiser se livrar do ranço do 2º grau porque nessa vida tem gosto pra tudo! A outra coisa é a tal “linguagem acadêmica”, bastante pomposa por sinal. Ela deixa o aluno com status de intelectual e com o vírus da prolixidade. Aliás, prolixidade é uma palavra tão bonita... Aprendi na UFBA! Eu já ouvi uma professora dizer a seguinte pérola: “No que subjaz a língua padrão...”. Meu Deus que arrepio na espinha me deu! E eu nem vou reproduzir toda a frase, pois meu cérebro já tratou de apagar. Imagine você, com o seu ranço de nível médio a flor da pele, escutando a sua professora perguntar sobre o que se pode depreender de tal autor e sua postura cânone no limiar da era pós-moderna? Tudo bem que os chatinhos politicamente corretos vão dizer que precisamos enriquecer nosso vocabulário, ou seja, não basta tomar a famosa sopa de letrinhas às 6 horas da tarde em ponto. Mas precisa ser desse jeito ensaboado, metido à besta, quase nerdiano? Esse jeito que deixa o outro com cara de paisagem, passando atestado de ignorância? Antes que queiram me queimar na “fogueira santa de Israel”, não estou dizendo que não se deva aprender a linguagem acadêmica, aprenda até a linguagem de telemarketing, aquela da atendente gerundiana que diz que vai estar transferindo, vai estar agilizando, vai estar verificando, mas nunca resolve seu problema. O que não pode é ficar com aquela cara pedante ou robotizado, repetindo palavras e conceitos que não são seus, só porque pertencem a intelectuais renomados. Não seja somente “eguinha pocotó” e nem somente Caetano Veloso, saiba usar a mente impondo sua personalidade, seus valores e seus próprios conhecimentos. Abra cabeça! Mas não precisa usar KUAT, pois estou dizendo pra você ficar esperto, pensar e não abrir a cabeça usando um refrigerante! Confesso que não gosto de discurso em formatura de nível acadêmico porque os formandos (em sua maioria) abusam do linguajar acadêmico, muitas vezes para impressionar os professores. Oras, você está se formando e é claro que já mostrou sua capacidade intelectual durante todo curso, e porque você tem que fazer aquele discurso que mais parece bula de remédio pra gastrite? Cadê sua personalidade? Vai passar a vida toda repetindo os velhos hábitos? Os formandos esquecem da família e dos amigos que estão prestigiando a solenidade, e essas pessoas perdem a paciência de tanto ficarem ouvindo o infeliz discursante proferi por mais de uma hora seu rosário de palavras acadêmicas! Nessas horas é bom ter uma revista de palavras cruzadas pra passar o tempo. O que mais acontece, são pessoas cochilando até a tortura auditiva acabar. Fui na formatura de minha irmã na Reitoria da UFBA há dois anos atrás, a turma de Sociologia estava se formando. Tudo estava indo tão bem até a hora do maldito discurso. O colega de curso de minha irmã iria discursar e como eu queria ir pra Terra do Nunca ou ser Abduzido por uma extraterrestre nesse momento. Eu nunca vi um discurso daquele! Parecia que ele estava usando todas as palavras de revistas científicas do Brasil e ainda aplicando sua tese de doutorado! Foi mais de uma hora vendo e ouvindo a criatura exibir seu dialeto da academia. Será que ele queria catequizar academicamente todos os presentes na cerimônia? Eu já estava pedindo pra sair dessa tropa de elite! E depois ainda querem que a gente vá na “paz” não é mesmo? A noite não estava perdida porque surgiu uma outra colega de minha irmã que salvou a pátria! Discursou sem salamaleques, de coração aberto, colocando alma no que estava dizendo, e emocionando a todos. Não posso dizer os nomes de quem discursou na formatura porque realmente não lembro, aliás, com o passar dos anos fico cada vez mais caduca! Tenho o dvd da formatura (na verdade quem possui é minha irmã) e não me peçam pra eu mostrar, pois sei que tudo que eu divulgar vai ser usado contra mim em algum processo! E de quem é a culpa como diria aquele apresentador? O importante é ser você mesmo em qualquer caminho que queira percorrer, não seja nunca papagaio dos outros, só mude em você o que realmente lhe incomoda, se incomodar os outros o problema não é seu! Talvez uma terapia plantando batata no asfalto resolva a vida dessa pessoa! A sua vida não depende da aceitação alheia e nunca dependerá. Êta que já estou parecendo livro de auto-ajuda, então é melhor encerrar logo esse texto! Fim. Reinaldo Souza 16/08/2008

Vidas gastas antes do tempo - Martha Medeiros


A pergunta mais aterrorizante hoje em dia é: "Que idade você me dá?"
Um dos fenômenos mais comentados nos dias que correm é a longevidade humana e seus efeitos estéticos. Hoje um homem ou uma mulher pode chegar aos 70 anos com cara de 60, e aos 60 com jeito de 50, lembrando que os 50 são os novos 40, e assim eliminamos 10 anos da nossa aparência, bastando para isso uma boa alimentação, exercícios físicos e uma ajudazinha de procedimentos que se tornaram corriqueiros, como aplicações de botox, preenchimentos e intervenções cirúrgicas. Por causa disso, a pergunta mais aterrorizante hoje em dia é: Que idade você me dá?. Por favor. A pessoa pode ter 36, 48 ou 57, como responder sem ferir suscetibilidades? Dos 30 aos 60 estão todos com a mesma cara.
Reconheço que a nossa aparência jovial é um assunto que já saturou. Ninguém fala em outra coisa, e os elogios que são ouvidos nas ruas só confirmam o milagre do rejuvenescimento.
"O tempo não passa pra você".
"Rapaz, você está igual, só que com menos cabelo".
"Você já tem 50? Ninguém diria!"
Até parece que conseguimos finalmente parar o tempo. Mas é mentira que estamos todos com a mesma cara. Olhe bem para o rosto de uma mulher que passou anos lavrando a terra no interior do Estado e criando sete filhos sem ajuda alguma. Quantos anos você lhe dá?
Estamos esquecendo que, para muita gente (um grupo bem maior do que a nossa turminha), perdura outro milagre: o do envelhecimento precoce. São aquelas pessoas que você jura que têm 40 anos, mas que têm 29. Que você daria uns 55 sem titubear, mas que acabaram de completar 38. Só que eles não estão nas páginas das revistas para exibir esse também inacreditável efeito estético que a vida lhes proporciona.
O rosto conta a nossa história? Estou certa disso. Conta a respeito das facilidades cosméticas que tivemos acesso, aliadas ao nosso bem-estar e à nossa qualidade de vida, já que nossos problemas quase sempre são de ordem psicológica e se alojam mais na alma do que na pele. Mas muita gente traz no rosto as marcas da luta diária pela sobrevivência, onde não há acesso a complexos vitamínicos, filtros solares nem muito motivo para achar a vida encantadora.
Eu a vi na tevê dia desses: era uma mulher com o corpo delicado, mas com mãos de estivador por causa do manuseio da enxada. Acorda todos os dias às 4h da manhã e lava seu cabelo desgrenhado com sabonete e água gelada. Seu rosto inteiro parecia a ponta de um dedo murcho, como quando se fica muito tempo dentro da piscina. O pescoço era um despenhadeiro. Dois seios vazios, dois braços manchados e um filete de voz. Parecia ter uns 90 anos, no entanto, era bem mais jovem do que eu e você, ninguém diria.

Condição de entrega - Matha Medeiros


Acaba de ser revelado o que uma mulher quer e que Freud nunca descobriu. Ela quer uma relação amorosa equilibrada onde haja romance, surpresa, renovação, confiança, proteção e, sobretudo, condições de entrega. É com essa frase objetiva e certeira que Ney Amaral abre seu livro Cartas a uma Mulher Carente, um texto suave que corria o risco de soar meio paternalista, como sugeria o título, mas não. É apenas suave.
Romance, surpresa etc, não chegam a ser novidade em termos de pré-requisitos para um amor ideal, supondo que amor ideal exista, mas "condição de entrega" me fez erguer o músculo que fica bem em cima da sobrancelha, aquele que faz com que a gente ganhe um ar intrigado, como se tivesse escutado pela primeira vez algo que merece mais atenção.
Mesmo havendo amor e desejo, muitas relações não se sustentam, e fica a pergunta atazanando dentro: por quê? O casal se gosta tanto, o que os impede de manter uma relação estável, divertida e sem tanta neura?
Condição de entrega: se não existir, a relação tampouco existirá pra valer. Será apenas um simulacro, uma tentativa, uma insistência.
Essa condição de entrega vai além da confiança. Você pode ter certeza de que ele é uma pessoa honesta, de que falou a verdade sobre aquele sábado em que não atendeu ao telefone, de que ele realmente chegará na hora que combinou. Mas isso não é tudo. Pra ser mais incômoda: isso não é nada.
A condição de entrega se dá quando não há competitividade, quando o casal não disputa a razão, quando as conversas não têm como fim celebrar a vitória de um sobre o outro. A condição de entrega se dá quando ambos jogam no mesmo time, apenas com estilos diferentes. Um pode ser mais rápido, outro mais lento, um mais aberto, outro mais fechado: posições opostas, mas vestem a mesma camisa.
A condição de entrega se dá quando se sabe que não haverá julgamento sumário. Diga o que disser, o outro não usará suas palavras contra você. Ele pode não concordar com suas ideias, mas jamais desconfiará da sua integridade, não debochará da sua conduta e não rirá do que não for engraçado.
É quando você não precisa fingir que não pensa o que, no fundo, pensa. Nem fingir que não sente o que, na verdade, sente.
Havendo condição de entrega, então, a relação durará para sempre? Sei lá. Pode acabar. Talvez vá. Mas acabará porque o desejo minguou, o amor virou amizade, os dois se distanciaram, algo por aí. Enquanto juntos, houve entrega. Nenhum dos dois sonegou uma parte de si.
Quando não há condição de entrega, pode-se arrastar, prolongar, tentar um amor pra sempre. Mas era você mesmo que estava nessa relação?
Condição de entrega é dar um triplo mortal intuindo que há uma rede lá embaixo, mesmo que todos saibamos que não existe rede pro amor. Mas a sensação da existência dela basta.

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