quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013


Vamos dar um tempo.


Eu nunca ouvi uma frase tão cretina como essa em toda minha vida. Uma frase que não resolve zorra nenhuma, e os casais insistem em utilizá-la nos seus relacionamentos já quase falidos. É como escondessem, ao invés da sujeira, os problemas embaixo de um tapete, fazendo de conta que eles nunca existiram.
É claro que se Fulana pede um tempo para Beltrano, ou vice-versa, significa que os dois não estão sintonizados na mesma estação de rádio, um houve pagode até o chão, chão, chão, e o outro, música clássica. O pior é notar, por exemplo, que Beltrano reclamou, chorou, esperneou, teve um surto psicótico, mas acabou aceitando o tal do tempo. Que miséria! Como essa gente gosta de se iludir! Devem ser habitantes do País das Maravilhas. Beltrano de tão bocó não percebe que, o que tem volta nessa vida só alma penada e cheque sem fundos!
Está bem! Vão querer me dizer que conhecem uma Sincrana ou um Fulano, que pediram um tempo aos respectivos namorados e depois voltaram numa boa não é? Ah! Pelo amor de deus! Parem o buzu que eu quero descer e ir para Terra do Nunca! É tudo balela! Encenação de um filme de quinta categoria! Ninguém sai de um relacionamento e volta com o mesmo olhar, o mesmo amor e as mesmas perspectivas em relação ao parceiro ou parceira.
Essa história de dizer que “daqui pra frente tudo vai ser diferente” só vale na música de Lulu Santos, dentre outros cantores. Voltam os “pombinhos” a namorarem e na primeira discussão? Tome lá a velha e boa lavação de roupa suja, juntamente com as novas cobranças, para bombardearem o que restou da relação do casal. É como canta Fagner na música revelação: “sentimento ilhado, morto e amordaçado, volta incomodar”.
Então não custa nada tomar um pouco de atitude, vergonha na cara e altas doses de sinceridade com a outra pessoa, e cotar logo esse cordão umbilical! Você está vendo que seu relacionamento virou uma panela de pressão e vai explodir a qualquer momento e fica esperando o quê? Esperando um milagre, chorando no pé do caboclo? Não baixe o fogo dessa panela, desligue! Aproveite e troque logo de panela, e não esqueça que quem dá tempo é meteorologista.

Reinaldo Souza.
   
Texto escrito em 30/06/09


Antropofagia de Adélia a quatro mãos.

Eu como Adélia.
Eu mordo Adélia.
Eu durmo com Adélia.
Eu me misturo com Adélia.
Eu me vejo em Adélia.
Eu me despedaço e me construo em Adélia.
Em Adélia eu me refaço, eu dentro dela e ela em mim.
Longe de mim e tão dentro.
E, quando meu corpo pede descanso, eu fecho o livro.
Mas não fecho minha alma!

Autores: Reinaldo Souza e Alessandra Santos.


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