sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um estranho no mundo enlouquecido de meu Deus


 Estamos mergulhados no ritmo frenético de uma vida louca da qual mal conseguimos dar conta de questões pessoais e profissionais. É tudo na base do imediatismo, parece que não sobra tempo mais para nada, nem mesmo para construir e solidificar as relações. Mas a questão talvez não seja essa, a do corre-corre, da falta de tempo, do parar para respirar.
O ser humano esqueceu de como se vive em comunidade, do respeito a opinião e  espaço do outro. Está cada vez mais egoísta, centrado no próprio umbigo, não sabe preservar a coletividade, mantendo uma harmonia entre os seus semelhantes. E não é papo de nenhum ativista social ou membro de alguma ONG de preservação do planeta terra. A coisa está cada vez mais crítica e insuportável, basta reparar a sua volta o quanto as pessoas estão perdendo os valores essenciais em detrimento do materialismo, do status social, do poder, da fama e de uma estética que as obrigas a ficarem refém da ditadura da beleza.
Agora tudo é pra já, aliás, pra ontem! Ninguém pode esperar mais nada, uns minutos a mais já podem virar uma cara fechada, muita reclamação e na pior das hipóteses o maior “barraco” com agressões para todos os lados. Falta paciência, bom senso e respeito nas relações com o outro. Não estou tratando aqui do problema das filas que você encontra em órgãos públicos, estabelecimentos comerciais, nas estações rodoviárias e em outros lugares, até porque isso é um problema estrutural e cabem os responsáveis resolverem.  Eu falo, por exemplo, das atitudes de determinadas pessoas que chegam em qualquer ambiente querendo conseguir seus objetivos na maior rapidez. Solicitam documentos ou procedimentos que dependem de certos trâmites legais, mas imediatamente já os querem nas palminhas de suas mãos, como no passe de mágica.
E não adianta colocar a música de Chico Buarque de Holanda dizendo que “não se afobe não que nada é pra já”, pois eles querem e querem agora! E quando não conseguem, descontam suas raivas nos funcionários que só estão fazendo os seus trabalhos e cumprindo as ordens que lhe foram dadas. As pessoas estão cada dia sem noção, desajustadas em meio à bagunça que se tornou esse mundo louco de meu Deus. O individual sobressai sempre diante do coletivo, é primeiro eu, segundo eu e terceiro eu e o resto que se dane! A tv exibe  matéria sensacionalista de gente humilde que acha algum dinheiro perdido e devolve ao verdadeiro dono, e coloca isso como algo descomunal, raro de acontecer. A honestidade virou artigo de luxo e é explorada até pela mídia para alavancar a audiência. 
A procura agora é por um ter um corpo esbelto a qualquer preço, que se compre peito, bunda, que estique dali e daqui, que faça a lipoaspiração das gordurinhas, o negócio é chamar atenção da mídia, ter seus quinze minutos de fama, pois “tudo em você é fugaz” assim já dizia Marina Lima. A fama e o poder perseguidos de maneira obsessiva revelam o pior de cada um dos indivíduos. O mau-caratismo passou a ser a qualidade dos espertos e é muito bem tolerado dentro dos meios sociais.  O que está em jogo é a subida ao topo da pirâmide social, e não importa como e que meios se utilizem para tal objetivo. Viramos o país do toma lá da cá, do querer ganhar vantagem em tudo, pois não se proclamou que o mundo é dos espertos? Que só os fortes sobrevivem? A conclusão que se chega é que estamos numa selva prontos para mostrar o que temos de pior.
que faça a lipoaspiraças (lipospire) se fosse o que se dane! co de meu Deus. al, do poder, da fama e de uma est
Reinaldo Souza.
10/09/2011

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