sábado, 14 de abril de 2012

Eu escrevo mal e não sei falar empoeirado.

Eu escrevo mal e não sei falar empoeirado. Taí, a minha confissão, talvez a frase que estará na minha lápide quando eu passar dessa vida para a outra do além. Mas, isso vai demorar de acontecer, assim espero! Não decorei nenhuma palavra de dicionário que os professores de universidades e afins usam, e a gente corre logo para o dicionário Huaiss pra saber o significado. Nem caia na besteira de levar seu Ruth Rocha (o dicionário), assim como eu fiz, pois vai passar vexame de ouvi do professor que seu material é de baixíssima qualidade, em outras palavras, é peba! Quando se entra em uma universidade como a UFBA, além de ter cuidado para não virar militante extremista de algum partido político, religioso, sexual ou membro de alguma irmandade ultra-secreta que planeja dominar o mundo com a ajuda dos extraterrestres, deve refleti sobre os conceitos e ideologias embutidos na instituição. Na verdade isso nem me chama atenção, o que eu notei nessa universidade é que os conhecimentos que nós adquirimos, desde o momento de juntar CA+SA pra formar CASA até o 2º grau, já não servem mais pra nada! Não levam em consideração nada do que você aprendeu e ainda fazem uma “lavagem cerebral” aplicando altas doses de teorias de Fulano, Beltrano e Sicrano que na maioria das vezes você nunca ouviu falar. Parece que as teorias são uma espécie de lacto purga, que lhe empurram goela abaixo para limpar sua mente de todo o ranço do ensino médio. É claro que se persistirem os sintomas o médico deve ser consultado, mas somente pra quem quiser se livrar do ranço do 2º grau porque nessa vida tem gosto pra tudo! A outra coisa é a tal “linguagem acadêmica”, bastante pomposa por sinal. Ela deixa o aluno com status de intelectual e com o vírus da prolixidade. Aliás, prolixidade é uma palavra tão bonita... Aprendi na UFBA! Eu já ouvi uma professora dizer a seguinte pérola: “No que subjaz a língua padrão...”. Meu Deus que arrepio na espinha me deu! E eu nem vou reproduzir toda a frase, pois meu cérebro já tratou de apagar. Imagine você, com o seu ranço de nível médio a flor da pele, escutando a sua professora perguntar sobre o que se pode depreender de tal autor e sua postura cânone no limiar da era pós-moderna? Tudo bem que os chatinhos politicamente corretos vão dizer que precisamos enriquecer nosso vocabulário, ou seja, não basta tomar a famosa sopa de letrinhas às 6 horas da tarde em ponto. Mas precisa ser desse jeito ensaboado, metido à besta, quase nerdiano? Esse jeito que deixa o outro com cara de paisagem, passando atestado de ignorância? Antes que queiram me queimar na “fogueira santa de Israel”, não estou dizendo que não se deva aprender a linguagem acadêmica, aprenda até a linguagem de telemarketing, aquela da atendente gerundiana que diz que vai estar transferindo, vai estar agilizando, vai estar verificando, mas nunca resolve seu problema. O que não pode é ficar com aquela cara pedante ou robotizado, repetindo palavras e conceitos que não são seus, só porque pertencem a intelectuais renomados. Não seja somente “eguinha pocotó” e nem somente Caetano Veloso, saiba usar a mente impondo sua personalidade, seus valores e seus próprios conhecimentos. Abra cabeça! Mas não precisa usar KUAT, pois estou dizendo pra você ficar esperto, pensar e não abrir a cabeça usando um refrigerante! Confesso que não gosto de discurso em formatura de nível acadêmico porque os formandos (em sua maioria) abusam do linguajar acadêmico, muitas vezes para impressionar os professores. Oras, você está se formando e é claro que já mostrou sua capacidade intelectual durante todo curso, e porque você tem que fazer aquele discurso que mais parece bula de remédio pra gastrite? Cadê sua personalidade? Vai passar a vida toda repetindo os velhos hábitos? Os formandos esquecem da família e dos amigos que estão prestigiando a solenidade, e essas pessoas perdem a paciência de tanto ficarem ouvindo o infeliz discursante proferi por mais de uma hora seu rosário de palavras acadêmicas! Nessas horas é bom ter uma revista de palavras cruzadas pra passar o tempo. O que mais acontece, são pessoas cochilando até a tortura auditiva acabar. Fui na formatura de minha irmã na Reitoria da UFBA há dois anos atrás, a turma de Sociologia estava se formando. Tudo estava indo tão bem até a hora do maldito discurso. O colega de curso de minha irmã iria discursar e como eu queria ir pra Terra do Nunca ou ser Abduzido por uma extraterrestre nesse momento. Eu nunca vi um discurso daquele! Parecia que ele estava usando todas as palavras de revistas científicas do Brasil e ainda aplicando sua tese de doutorado! Foi mais de uma hora vendo e ouvindo a criatura exibir seu dialeto da academia. Será que ele queria catequizar academicamente todos os presentes na cerimônia? Eu já estava pedindo pra sair dessa tropa de elite! E depois ainda querem que a gente vá na “paz” não é mesmo? A noite não estava perdida porque surgiu uma outra colega de minha irmã que salvou a pátria! Discursou sem salamaleques, de coração aberto, colocando alma no que estava dizendo, e emocionando a todos. Não posso dizer os nomes de quem discursou na formatura porque realmente não lembro, aliás, com o passar dos anos fico cada vez mais caduca! Tenho o dvd da formatura (na verdade quem possui é minha irmã) e não me peçam pra eu mostrar, pois sei que tudo que eu divulgar vai ser usado contra mim em algum processo! E de quem é a culpa como diria aquele apresentador? O importante é ser você mesmo em qualquer caminho que queira percorrer, não seja nunca papagaio dos outros, só mude em você o que realmente lhe incomoda, se incomodar os outros o problema não é seu! Talvez uma terapia plantando batata no asfalto resolva a vida dessa pessoa! A sua vida não depende da aceitação alheia e nunca dependerá. Êta que já estou parecendo livro de auto-ajuda, então é melhor encerrar logo esse texto! Fim. Reinaldo Souza 16/08/2008

Um comentário:

  1. Sim nao devemos falar empoeirado, preciso falar com vc; Quero esse texto. bjo

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